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sábado, 10 de março de 2012

Naufrágio


Acordei e estava num barco que naufragava...

Olhei em redor e vi destroços em todas as direcções...

Pedaços que se movimentavam sem direcção definida...
A medo atirei-me ao mar...vazia de pertences...e cheia de nada...
E como esse nada me pesava...
Com todas as forças tentei ir a tona...
Olhei em redor e vi um oceano revolto...nas ondas fortes vi outros a deriva...
Pensei que não queria fazer parte deles...
...coisas que vão para onde as ondas os levar...
Lutei contra a maré com todas as forças...
Feri braços e pernas numa luta constante...

O sangue ardia misturado com o sal forte do oceano...
Já fraca...debilitada PAREI optei por descansar despercebida no meio das ondas...recuperava forças...
Tentando sobreviver cheguei a um rio de agua doce...construído com as minhas próprias lágrimas...

E seria nessas aguas calmas que iria sarar as feridas infestas...lembrando sempre o porque das mesmas...



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012



Arranham-me as entranhas ...



É a partir de dentro para fora que me matam..
Facas afiadas de mãos que já me acariciaram...
Pouco a pouco... despedaçam-me os órgãos...
A principio só uma dor no coração...
Normal para quem ousa usá-lo para algo mais que batidas ritmadas .

Depois uma cólica que enrola o estômago em volta de um vazio ...
Engulo um naco de pão à pressa, tento acalmar a dor…
Mas a dor física é insuportável…Até as pedras pouco preciosas.... desfazem-se a murro ...
Causando um golpe de rins, que tento disfarçar em movimentos dançados ...


Sopram ventos de todos os lados ..
Dilatando-me o peito prestes a rebentar...
Respiro ofegante…ainda…
O cérebro apertado pelos pensamentos confusos é banhado por líquidos pegajosos...
Parecem rios poluídos...
Uma tontura em cada novo pensamento...
E um sentimento forte…. em fuga do coração, acumula-se nas margens do meu ser..

Pouco resta de dentro que possa ser reflectido para fora…
O sonho que julgava puro..foi assassinado…
Morre antes de mim…
A boca seca-se ...
Já não há palavras suculentas...nem excitação possível que me faça salivar...
Ficou uma coisa horrenda...um trapo velho...que depois de tanto uso se joga fora...

Antes havia a esperança o amor a força e os nossos braços...

Agora um inferno diário…insuportável...
Os quilos vão desaparecendo...paralelamente ao meu ser...
A língua torna-se branca... Áspera ...
Soltando palavras ao acaso...
Todas elas cruas... Impuras.. Ordinárias ...

Perdi o sentido dos sons..
Agora são só barulhos horríveis ...
E só escuto por mero acaso…
O negro da menina...
Que antes sorria amada...
Confunde-se com o negro do vazio...

Resta-me respirar… ofegante...
A pele desnuda-me como se quisesse intimidar a vergonha que sente…
Enrolando-se como estores…
E eu como janela entreaberta exponho-me...

Resta-me ainda o ventre...
Cansado…
Mas fértil... ainda…
E antes que me matem tudo
Desfaço o resto das minhas entranhas
Sangrando pelo sexo em gotas
O que nas veias acumulei em anos…

E para que se saiba a causa do suicídio...
Escrevo com a ponta do dedo...
Na poça de sangue onde me findo...

Eu enfrentaria o mundo inteiro com uma mão…se te tivesse agarrar a outra!



Fim

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tua


Embrulhada na meia-luz que envolve o quarto.. não consigo dormir...
Sonho-te... a clareza que a noite amanhece não apaga a sombra que as tuas mãos deixaram na luz do meu corpo...
Ainda te respiro... ainda sinto na minha boca a tua saliva...
O sabor dos beijos que as nossas línguas tocaram...
Os meus lábios estão dormentes sentem a pressão dos teus... que me beijaram ardentemente sem parar... Toda a minha pele ainda te sente...
O espaço que preencheste em mim... ainda está pleno da tua presença do teu mel do teu Amor...

As minhas mãos acariciam o vazio e sentem todos os detalhes do teu corpo como se estivesses aqui agora...
Os meus olhos vêm-te colado a mim quando se fecham... e neste silêncio contido...
...a minha alma voa através de loucuras inconfessáveis ao próprio ar...
 Atravessa fronteiras e chega a ti... beija-te a face... afaga-te os cabelos e sussurra-te ao ouvido...
 Pedindo-te mais...
Sou tua...!


domingo, 11 de dezembro de 2011

Ausencia


Marta chegou sozinha calma e serena...
Vestida de preto, despertou logo em alguém algo que ela não queria...que não procurava...
O que ela procurava?

Naquelas pessoas nada...!
Marta baixou o olhar e ignorou, imaginou-se sozinha naquele lugar cheio de gente.
Meio atrapalhada pediu um Gin...
Só desejava beber e descontrair com barulho de fundo, naquele momento precisava disso, ouvir gente em modo banda sonora, que estranho...
Num ápice bebeu e saiu conforme entrou, de alma negra e de olhar triste.


Marta merecia que lhe dessem algum valor...algum mérito...
Não seria ali com certeza mas tinha resolvido sair do casulo por momentos.

Ela não queria um motel com palavras ocas!

Ela queria só uma determinada pessoa...que teimosia a sua...em só querer uma!
Parecia antiquada.

Era fiel..sempre tinha sido toda a vida. Nunca conseguiria não se-lo
E não estava disposta a mudar os seus valores..mesmo já não sendo bem tratada como era.

O perigo espreitava a velocidade de cada batida do coração...
Marta era movida a AMOR...
Sem ele nada tem sabor...

HÁ PESSOAS QUE NÃO SABEM RECONHECER UM AMOR QUANDO APARECE...EM TRATA-LO BEM...AMA-LO...PROTEGE-LO...ACARINHA-LO

Talvez porque nunca ninguém os ensinou...ou recusaram aprender!!
Depois...bem...o depois é sempre muito tarde para ela.

A felicidade é para os corajosos , destemidos que não perdem tempo com medos.

Mais uma vez Marta seria ferida e humilhada sem dó nem piedade.


VIVA O AMOR  Marta!!


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Luto


Hoje estou de luto... pelo meu próprio enterro!!! 




As palavras afiadas mataram-me!!
Morri espicaçada  pela razão falsa de outros...



Sem um abrigo para me proteger..
Ou simplesmente me acarinhar...
Fui morta por palavras erradas...

Ficaram as decisões acertadas ...
As pessoas perfeitas...
Tolerantes...


Hoje morreu uma fraude...
ALELUIA!!

Nas sarjetas escorem o sangue sujo da maldade
Ouve-se gritos na rua...
IMPOSTORA!!!
IMPOSTORA!!

Hoje a morte saiu a rua... 

Corpo frágil lacerado...com alma de mulher...

Distancia ...é o que se quer!!
 



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Adeus Amor...



Eu não desisti do amor…

Foi ele quem desistiu de mim…

Saiu sem avisar…

Teve a delicadeza de não trancar a porta, de modo a poder esperar que outra emoção se achegue..

Eu não desisti do amor, foi ele quem desistiu do meu abrigo…

Pelos vistos precário, que tenho a oferecer.

Eu nunca desisti de nada, a vida é que me abortou alguns planos, é ela quem me tira o que me sustenta o coração e agora tenho que reaprender a andar... 



Sinto saudades... de um futuro que terei de fazer sozinha...

Eu não desisti do amor…

Foi ele quem desistiu de mim.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Espera




Foi num banco de pedra numa estação qualquer...
Numa noite de Inverno...
Que as nossas vidas se sentaram lado a lado...
E trocaram as mais belas mentiras de amor...que me perseguem...
É sempre neste banco...a mesma hora...
E nessa mesma noite de Inverno...
Que a minha vida vai parar e se senta à tua espera...